Numa atividade na qual nem todos os fatores são controláveis, estratégias de mitigação de risco são fundamentais. E, na cotonicultura, elas podem poupar prejuízos e dores de cabeça. Por isso, o tópico teve destaque na grade de conteúdos da segunda edição da Brazilian Cotton School, com o módulo “Risco da Atividade, Olhar e Gerenciamento do Produtor”, ministrado, pela presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto Costa. A palestra ocorreu na sede da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), em São Paulo.
Para uma turma de quase 40 alunos, dos variados elos da cadeia produtiva e têxtil, Alessandra falou sobre as muitas ameaças ao negócio do produtor, enfrentadas por ele no dia a dia, seja na lavoura ou no escritório, desde os riscos agronômicos, operacionais, financeiros, econômicos e de mercado, assim como os políticos e regulatórios, sociais e ambientais. O planejamento estratégico e uso inteligente de tecnologias para o monitoramento e a gestão financeira do negócio foram destacados como essenciais, pela presidente da Abapa, que ressaltou ainda a atenção aos investimentos em capacitação e em política de comercialização, dentre outros pontos.
“A cotonicultura envolve desafios, que vão desde fatores climáticos e oscilações de mercado até questões fitossanitárias e custos de produção. Nós não temos como controlar todos eles. Por isso, o olhar atento do produtor para esses riscos e a implementação de um gerenciamento eficiente são essenciais para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor”, afirmou Alessandra Zanotto Costa. Para ela, a qualificação dos produtores é um fator essencial para manter o Brasil na liderança do mercado global de algodão.
Mas o que diferencia o cotonicultor Brasileiro, segundo Alessandra, é a sua disposição e coragem para seguir produzindo, mesmo nas adversidades. “Ficar parado é o maior risco. Evoluir é mais do que uma escolha, é o caminho para a permanência do produtor no campo”, enfatiza.
A Brazilian Cotton School é fruto da parceria entre as principais entidades do setor – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Essa segunda edição, que teve início no dia 17 deste mês, em Brasília (DF), e vai até 4 de abril, em São Paulo, conta com 36 participantes de diversas áreas da cadeia produtiva do algodão. São três semanas de aulas presenciais, incluindo visitas técnicas a fazendas, indústrias têxteis, laboratórios e ao Porto de Santos. O objetivo da iniciativa é capacitar e conectar especialistas, fortalecendo, ainda mais, a posição do Brasil como referência global na cotonicultura.