Exportações de carne de aves recuam após caso de gripe aviária; balança comercial tem menor superávit desde 2022

As exportações brasileiras de carne de aves e miúdos comestíveis recuaram 12,9% em volume em maio de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Também houve queda de 14,4% na quantidade de quilos embarcados. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Apesar do recuo nas vendas externas, o preço médio da carne exportada registrou leve alta de 1,8%. O desempenho negativo do setor ocorre após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, em 15 de maio. Desde então, 21 países adotaram algum tipo de restrição à importação da carne de aves brasileira.

Em termos de receita, o setor faturou R$ 655 milhões em maio deste ano, valor inferior aos R$ 752 milhões registrados no mesmo período de 2024.

Para o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, a retração nas exportações foi diretamente impactada pelas restrições impostas por parceiros comerciais. “Não era um movimento esperado. A carne de frango vinha apresentando crescimento constante. Tanto que, no acumulado do ano, o volume exportado ainda registra alta de 4,1%”, afirmou.

Entre janeiro e maio de 2025, o setor acumula superávit de R$ 3,7 bilhões com as exportações de carne de aves e miudezas, o que representa um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Superávit comercial em queda

A balança comercial brasileira também apresentou sinais de desaceleração. Em maio de 2025, o superávit foi de US$ 7,2 bilhões — queda de 12,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse é o menor resultado para o mês desde 2022, quando o saldo foi de US$ 4,9 bilhões.

As exportações totais somaram US$ 30,15 bilhões, com leve queda de 0,1%. As importações, por outro lado, cresceram 4,7%, atingindo US$ 22,92 bilhões.

No acumulado do ano, a balança segue positiva, com superávit de US$ 24,4 bilhões entre janeiro e maio. No período, as exportações somaram US$ 136,9 bilhões (queda de 0,9%), enquanto as importações chegaram a US$ 112,5 bilhões (alta de 9,2%).

Relação com os EUA

O relatório do MDIC também chamou atenção para a movimentação comercial entre Brasil e Estados Unidos. Mesmo diante das tensões provocadas pelo novo pacote tarifário do governo Donald Trump, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano cresceram 11,5% em maio. Em contrapartida, as importações de produtos dos EUA caíram 5% no mesmo mês.

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