A Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) tem reforçado sua atuação em sustentabilidade por meio da Estratégia Turística Bahia 4.0, que se apoia em dois pilares centrais: inovação e preservação ambiental. Em parceria com entidades ambientalistas e instituições acadêmicas, a pasta busca proteger os biomas marinhos em regiões com forte vocação turística no litoral baiano.
Uma das ações em destaque é conduzida pela Organização Pró-Mar, que lidera o combate ao coral invasor Chromonephthea braziliensis, espécie similar ao coral-sol. Desde o início do ano, cerca de cinco toneladas do organismo foram removidas da Baía de Todos-os-Santos, em pontos como os alicerces da Marina de Itaparica. A espécie é originária da região do Indo-Pacífico e, ao se instalar em ambientes fora de seu habitat natural, se prolifera rapidamente, prejudicando espécies nativas com suas toxinas.
O projeto conta com o apoio da Setur-BA, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da empresa Carbono 14. Na última quarta-feira (16), técnicos da Setur acompanharam de perto as atividades no Centro de Pesquisa da Pró-Mar, localizado na marina de Itaparica, infraestrutura moderna construída pelo Governo do Estado.
“O invasor não possui esqueleto calcário, o que facilita sua expansão. Ele se torna uma ameaça séria à biodiversidade marinha local”, explicou o biólogo da UFBA, Rodrigo Nogueira.
Segundo Gustavo Martins, técnico da Diretoria de Qualificação e Segmentos da Setur-BA, a preservação dos recifes é fundamental não apenas para o meio ambiente, mas também para o turismo.
— A Bahia atrai visitantes do mundo inteiro com seu litoral rico em recifes de coral. A proliferação descontrolada dessas espécies representa uma ameaça ao nosso patrimônio natural e à atividade turística. Controlar isso é essencial para o desenvolvimento sustentável — destacou.
O coordenador de Projetos da Pró-Mar, José Roberto Caldas Pinto, conhecido como Zé Pescador, reforçou o caráter contínuo da iniciativa:
— Realizamos um trabalho sistêmico de longo prazo, com o objetivo de posicionar a Bahia como referência na restauração de corais, repovoando áreas degradadas com espécies nativas e beneficiando comunidades que vivem da pesca e da mariscagem, além de fortalecer o turismo sustentável.
