Quase 1 milhão de famílias deixam o Bolsa Família após aumento de renda, diz governo

Quase um milhão de famílias deixaram de receber o benefício do Bolsa Família no mês de julho por terem superado a condição de pobreza, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). No total, 958 mil famílias, o equivalente a 3,5 milhões de pessoas, tiveram aumento na renda e, por isso, não se enquadram mais nos critérios do programa.

A informação foi confirmada nesta terça-feira (22) pelo ministro Wellington Dias, durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De acordo com ele, a maior parte das famílias — cerca de 536 mil — encerrou o ciclo no programa por ter completado o período de 24 meses na chamada “regra de proteção”, que permite a permanência parcial no Bolsa Família mesmo após o aumento de renda per capita, desde que não ultrapasse meio salário mínimo.

“As famílias passaram a ter uma renda maior, seja por um emprego com carteira assinada, seja pela estruturação de um pequeno negócio. Isso mostra que a política de proteção social também pode ser um caminho para o crescimento econômico”, afirmou Dias.

Renda de trabalho impulsiona saída da pobreza

Segundo o ministro, a saída dessas famílias do programa se deve, principalmente, à geração de renda por meio do trabalho. Ele destacou a atuação de políticas públicas voltadas à qualificação profissional e ao fomento ao empreendedorismo como fatores determinantes no processo de ascensão econômica.

“De janeiro até agora, 3,5 milhões de pessoas saíram da pobreza. No acumulado desde o início do atual governo, já são mais de 8,6 milhões de brasileiros que superaram essa condição, muitos deles beneficiários do Bolsa Família”, disse.

Combate ao preconceito e foco na educação

O ministro também criticou o preconceito que, segundo ele, ainda recai sobre os beneficiários do Bolsa Família. “Infelizmente, muitos ainda repetem a ideia de que quem recebe o benefício não quer trabalhar. Isso não corresponde à realidade”, afirmou.

Wellington Dias ressaltou que o programa exige contrapartidas das famílias, especialmente nas áreas de educação e saúde. “Para manter o benefício, é preciso que crianças e adolescentes estejam matriculados, frequentem as aulas e tenham bom desempenho escolar”, explicou.

Além disso, o governo mantém ações integradas com estados, municípios e o setor privado para ampliar o acesso à qualificação profissional e incentivar o empreendedorismo, por meio de programas como o Acredita, o Pronaf e o Agroamigo.

Segundo o ministro, o objetivo é garantir que os beneficiários possam conquistar autonomia financeira e, em muitos casos, migrar para a classe média, ampliando o contingente de brasileiros com condições mais estáveis de vida.

“O Bolsa Família é uma porta de entrada para os direitos, mas também uma ponte para a independência”, concluiu.

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