Agerba suspende parcialmente operações no Terminal Marítimo de Vera Cruz por risco estrutural

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) anunciou, na terça-feira (19), a suspensão parcial das operações no Terminal Marítimo de Vera Cruz, na Região Metropolitana de Salvador, após constatar comprometimento estrutural no píer de atracação.

A medida afeta diretamente as linhas hidroviárias no trecho Salvador–Vera Cruz–Salvador, incluindo o sistema de travessias que funciona como alternativa até a conclusão das obras da futura ponte Salvador–Itaparica.

Segundo a Agerba, a decisão foi tomada para resguardar a segurança de usuários, tripulações e trabalhadores. Durante o período de manutenção, as embarcações passarão a operar em regime reduzido: as viagens, antes realizadas a cada 30 minutos, agora ocorrerão de hora em hora, tanto no Terminal Marítimo de Vera Cruz quanto no Terminal Náutico da Bahia, em Salvador.

De acordo com a agência, a manutenção da estrutura é de responsabilidade da concessionária Socicam. A Agerba afirmou que a empresa “deixou de adotar as medidas de manutenção necessárias, o que resultou na atual situação de comprometimento estrutural”. Os reparos estão programados para começar em 5 de setembro de 2025.

Reações

A decisão foi criticada pelo prefeito de Vera Cruz, Igor Pinho, que classificou a medida como prejudicial para a população que depende do transporte diariamente. Em nota, ele afirmou que a interdição impacta também trabalhadores ligados ao modal, como mototaxistas, taxistas, motoristas de vans e profissionais do turismo.

“O transporte hidroviário é essencial para os moradores de Vera Cruz. Não podemos admitir que uma decisão dessa natureza seja tomada de forma unilateral, sem planejamento e sem considerar o impacto social e econômico que causa”, disse o prefeito, que cobrou alternativas, como a instalação de um píer flutuante provisório.

Após a manifestação da Prefeitura, a Agerba manteve a operação do terminal em formato reduzido, mas indicou que a interdição total não está descartada.

Posição da concessionária

A Socicam Náutica e Turismo, responsável pela gestão do terminal, declarou em nota que cumpre rigorosamente suas obrigações contratuais e acompanha a situação da estrutura de forma preventiva.

A concessionária alegou que a requalificação da ponte de acesso não faz parte do escopo de sua concessão e que já havia comunicado formalmente à Agerba a necessidade de obras estruturais. Segundo a empresa, foram enviados laudos técnicos, registros fotográficos e recomendações de revisão da estrutura ao poder concedente.

Em episódios recentes, como o dano em um cabeço de amarração, a Socicam informou ter assumido emergencialmente os reparos, em alinhamento com a agência reguladora.

A empresa afirmou ainda que segue atuando de forma colaborativa com a Agerba, “mantendo como prioridade a segurança dos usuários e a regularidade na prestação dos serviços”.

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