O general da reserva Walter Braga Netto negou, nesta terça-feira (10), ter entregado dinheiro ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, em uma sacola de vinho como relatado por Cid em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) na véspera.
Durante interrogatório por videoconferência ao ministro Alexandre de Moraes, no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado, Braga Netto refutou a versão apresentada pelo ex-ajudante. “Eu não pedi dinheiro para ninguém e não dei dinheiro nenhum para o Cid”, afirmou o general.
Réu no chamado “Núcleo 1” da ação penal, Braga Netto está preso desde dezembro de 2024, acusado de tentar obstruir as investigações e de buscar acesso a informações sigilosas dos acordos de delação premiada. Em sua defesa, também negou ter procurado o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, para obter informações sobre a colaboração do filho. Segundo ele, foi o próprio Lourena quem o abordou, pedindo apoio político.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal indicam que os valores supostamente repassados a Mauro Cid teriam sido usados para financiar ações do plano golpista que estaria sendo articulado por aliados do ex-presidente Bolsonaro.