Brasil enfrenta crescimento alarmante de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltou a colocar a saúde pública brasileira em estado de alerta. Segundo o Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 5 de junho, 25 das 27 unidades da federação incluindo a Bahia apresentam níveis de alerta, risco ou alto risco para a doença, com tendência de crescimento a longo prazo.

A SRAG é caracterizada por uma infecção respiratória que dificulta a respiração e pode causar lesões pulmonares. Entre as causas estão vírus como influenza, covid-19 e vírus sincicial respiratório (VSR), além de agentes bacterianos e fúngicos. Um mesmo paciente pode apresentar diferentes quadros ao longo da vida, a depender do agente causador.

De acordo com o levantamento nacional, o Brasil já notificou 83.928 casos da síndrome em 2025, dos quais 49,4% foram confirmados como infecções virais. Os principais vírus identificados são o VSR (45%), influenza A (22,7%), rinovírus (22,8%), Sars-CoV-2 (11,1%) e influenza B (1,2%).

Nas quatro semanas epidemiológicas mais recentes, o VSR respondeu por 47,3% dos casos positivos, seguido por influenza A (38,9%) e rinovírus (15,9%). Já entre os óbitos, a presença de influenza A foi predominante (73,4%), com menores proporções de VSR (12,8%), rinovírus (10,4%) e covid-19 (5,1%).

Na Bahia, o cenário também é preocupante. De acordo com o Boletim Epidemiológico nº 20 da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), divulgado em 2 de junho, o estado contabiliza 4.470 casos e 176 mortes por SRAG em 2025.

Crianças com até quatro anos representam metade dos casos registrados, sendo que 25% atingem bebês com menos de um ano. Já entre os idosos com mais de 60 anos, está a maior taxa de mortalidade: 60,1% dos óbitos. A população com mais de 80 anos concentra um em cada quatro óbitos por SRAG na Bahia.

A covid-19, embora responsável por apenas 7% dos casos no estado, causou 22,2% das mortes. Já a influenza, com 12,5% dos casos, respondeu por 14,8% dos óbitos. Os demais registros se dividem entre outros vírus respiratórios (27,1%), agentes etiológicos diversos (1,4%), casos não especificados (36,8%) e em investigação (15,2%).

O aumento dos casos de SRAG reforça a importância da vacinação, especialmente entre grupos mais vulneráveis. A relevância do tema foi destacada nesta segunda-feira (9), durante o Dia Nacional da Imunização.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Ricardo de Amorim Corrêa, o fortalecimento da confiança nas vacinas é fundamental. “Vacinar-se é um ato de proteção individual, mas também de responsabilidade coletiva”, afirmou.

Além da imunização, especialistas reforçam medidas preventivas como boa higiene das mãos, uso de máscaras em locais fechados ou com pessoas doentes, distanciamento social em caso de sintomas respiratórios e a adoção de um estilo de vida saudável como forma de fortalecer o sistema imunológico.

A SRAG pode variar em gravidade: casos leves podem ser tratados em até duas semanas, mas quadros severos podem evoluir para internação ou morte. A vigilância e o acesso à atenção médica precoce são essenciais para reduzir complicações.

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