Brasil se declara livre da gripe aviária e busca retomada das exportações

O Brasil se autodeclarou livre do vírus da gripe aviária de alta patogenicidade, nesta quarta-feira (18), após mais de um mês sem novos registros da doença em granjas comerciais. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura e já foi comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), seguindo os protocolos sanitários internacionais.

Segundo a pasta, a medida marca o fim do chamado vazio sanitário, etapa obrigatória para controle de surtos. “A população brasileira e mundial pode ficar tranquila quanto à segurança dos produtos inspecionados. O risco de infecção humana é baixo e restrito, na maioria dos casos, a pessoas com contato direto com aves infectadas”, informou o Ministério, em nota.

Impacto nas exportações
O primeiro foco da doença foi registrado em uma granja de matrizes no Sul do país, em maio, levando a embargos de importantes compradores como China, União Europeia e Argentina. Com o novo status, o governo tenta reverter as restrições.

“Contivemos o foco, seguimos todos os protocolos e agora avançamos para retomar, com responsabilidade, o comércio internacional, demonstrando a solidez do nosso sistema sanitário”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Apesar da autodeclaração, a recuperação oficial do status de país livre da doença ainda depende de validação da OMSA. O Ministério também iniciou tratativas com os países que suspenderam compras de produtos avícolas, visando normalizar as exportações.

De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, o fim do vazio sanitário é um passo essencial para reconquistar mercados. “Isso reforça a credibilidade do nosso controle sanitário e viabiliza a reabertura gradual das vendas externas”, disse.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que, nas primeiras duas semanas de junho, o volume diário de carne de frango exportado pelo Brasil caiu cerca de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado. O país é o maior exportador mundial do produto.

Entenda a doença
A influenza aviária, ou gripe aviária, é causada por vírus influenza, como o subtipo A(H5N1), e atinge principalmente aves, mas já foi detectada em outros animais, como bovinos. A transmissão para humanos é rara e, em geral, ligada a contato direto com aves doentes ou superfícies contaminadas.

Autoridades de saúde alertam para cuidados básicos ao lidar com aves, como evitar contato sem proteção, seguir normas sanitárias e procurar atendimento médico em caso de sintomas suspeitos — que podem incluir febre, tosse, conjuntivite, sintomas respiratórios e gastrointestinais.

A principal via de disseminação do vírus é por meio de aves migratórias. A contaminação de humanos ocorre, geralmente, durante o manuseio de animais infectados, abatimento ou preparação para consumo.

Próximos passos
Com o status de livre do vírus, o governo brasileiro busca acelerar negociações para reabrir mercados e reduzir prejuízos ao setor avícola. As restrições foram inicialmente impostas por 60 dias, com abrangência nacional, apesar de o foco ter ocorrido de forma regional.

A expectativa é que cada país importador reavalie, individualmente, a suspensão, com base na comprovação das medidas de controle adotadas e na certificação da OMSA. Enquanto isso, o Ministério da Agricultura segue monitorando granjas comerciais e reforçando ações de vigilância sanitária em todo o território nacional.

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