Capoeira, livros e ancestralidade: escritora Joana Carneiro visita alunos da Rede Municipal de Ensino

Os estudantes da Escola Municipal Quilombola Mãe Ernestina, no Catuzinho, receberam, na tarde desta segunda-feira (4), a visita da escritora e capoeirista Joana Carneiro Vasconcelos, brasileira que vive em Moçambique há 42 anos e atua com capoeira há 25. A iniciativa partiu da vereadora Juci Cardoso e teve o apoio integral da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), dentro das políticas públicas que fortalecem uma educação antirracista nas escolas da cidade.

Autora da coleção Kioni, a pequena mandingueira, Joana idealizou um encontro que uniu contação de histórias, música e capoeira. “É uma coleção com base temática na capoeira, contada e cantada, com forte presença da musicalidade. São oito livros, cada um contendo três músicas de capoeira de domínio público integradas à narrativa. A obra também inclui um jogo tradicional de rua, de origem moçambicana, como forma de resgatar o brincar e valorizar o tempo da infância. Essa é minha missão enquanto mestra e autora”, compartilhou Joana.

Ela explicou ainda que, por meio das aventuras de Kioni, criou uma contação multissensorial que estimula o corpo, o som, a imaginação e o movimento. “É uma experiência pensada com cuidado, que envolve desafios e brincadeiras para que possamos nos conectar de verdade”, disse a escritora, que já havia realizado uma atividade semelhante pela manhã com estudantes da Escola Municipal Nova Esperança, no bairro Santa Terezinha.

Para Maria Eduarda, de 8 anos, a apresentação foi marcante e mobilizou toda a escola. “Todo mundo ficou animado com a visita. A gente recebeu os livros e ainda teve muita ginga na roda de capoeira. É bom porque a gente aprende brincando e se diverte também”, contou a aluna. Os estudantes da Mãe Ernestina participam com frequência de atividades voltadas ao enfrentamento do racismo.

A vereadora Juci Cardoso destacou o envolvimento da Seduc. “Essa ação trabalha a contação de histórias com uma protagonista negra e capoeirista, valorizando a cultura afro-brasileira. É uma parceria com a secretaria, alinhada ao currículo antirracista, e serve para fortalecer a identidade e autoestima das crianças. Estamos estruturando o programa Capoeira nas Escolas, que levará essa prática para outras unidades. É essencial que a Prefeitura de Alagoinhas assuma esse compromisso com a educação inclusiva e representativa, especialmente em comunidades quilombolas”, afirmou.

A coordenadora pedagógica da Seduc, Rosana Pimentel de Araújo, reforçou o impacto da atividade. “Estamos trabalhando leitura e escrita, e essa contação foi um verdadeiro presente. Joana esteve com as crianças, dentro da escola, vivenciando esse momento. Isso tem um valor enorme tanto para os alunos quanto para a comunidade do entorno”, concluiu.

Deixe um comentário

Notícias Relacionadas

Redes Sociais

Categorias

Precisa de ajuda?