A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (20), mandado de busca e apreensão contra o pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação ocorreu no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, após o desembarque do líder religioso, que se preparava para embarcar em voo com destino a Lisboa, Portugal.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura tentativa de obstrução de Justiça relacionada à trama golpista investigada pela Corte. O passaporte de Malafaia também foi cancelado por determinação judicial. O depoimento do pastor foi colhido ainda no aeroporto.
Medidas cautelares
Além da apreensão de aparelhos eletrônicos, entre eles o celular do religioso, Moraes impôs medidas cautelares diversas da prisão, como:
- proibição de deixar o país;
- proibição de manter contato, direto ou indireto, com outros investigados, incluindo Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo a decisão, as medidas foram adotadas porque as condutas de Malafaia estariam vinculadas às ações do ex-presidente.
Investigação
O pastor foi incluído no inquérito que apura a atuação de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e do comentarista Paulo Figueiredo em ataques ao STF, a autoridades e a agentes públicos. A investigação, instaurada em maio, apura suspeitas de:
- coação no curso do processo;
- obstrução de investigação de organização criminosa;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Atos e declarações
Malafaia é apontado como organizador do ato em apoio a Bolsonaro realizado em 3 de agosto. O evento contou com participação do ex-presidente por videoconferência, o que descumpriu decisões judiciais e resultou em sua prisão domiciliar no dia seguinte.
Na semana passada, em vídeo publicado nas redes sociais, o pastor voltou a criticar Moraes, defendendo seu impeachment, julgamento e prisão.