A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 3, a operação Blue Hope, com ações em Curaçá, no interior da Bahia, e em Brasília. A investigação apura a possível disseminação do circovírus aviário (PBFD), agente patogênico altamente contagioso e sem tratamento, que ameaça a sobrevivência da Ararinha-Azul espécie criticamente em risco de extinção. Segundo a PF, empresas e pessoas ligadas ao programa de reintrodução da ave teriam descumprido protocolos sanitários, permitindo a propagação da doença entre animais da Caatinga.
Ao todo, cerca de 30 agentes federais cumprem cinco mandados de busca e apreensão, autorizados pela Vara Federal de Juazeiro, com foco na coleta de dispositivos eletrônicos e na apreensão de aves. A PF afirma que houve resistência às medidas emergenciais do ICMBio, como isolamento sanitário e testagem, o que agravou o risco ambiental. Os investigados podem responder por crimes ambientais que somam até oito anos de prisão, além de sanções administrativas.
Foto: Divulgação
EM NOTA :
NOTA À IMPRENSA SOBRE A OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL EM 03/12/2025
A defesa do Criadouro Ararinha-azul informa que a Polícia Federal apreendeu celulares e computadores de funcionários da empresa, e que as aves permanecem no criadouro, aos cuidados dos colaboradores e sob a tutela do Estado.
Ressalta que mantém total tranquilidade em relação à operação sobre o circovírus no Brasil e acrescenta que a investigação já era esperada, pois foi o próprio criadouro quem comunicou a detecção do vírus a todos os órgãos ambientais, em maio de 2025.
A primeira detecção do circovírus ocorreu em um filhote de ararinha-azul nascido em vida livre, e não em cativeiro.
O criadouro sempre atendeu todas as normas de biossegurança e ressalta que todas as 103 ararinhas que vivem no local estão recebendo os cuidados apropriados, com bom estado clínico geral.
Também é importante assinalar que as ararinhas, como os demais Psitacídeos Tropicais, são especialmente resistentes ao circovírus.
No âmbito da investigação, serão apuradas e demonstradas a conduta regular e lícita do criadouro em todos os aspectos, uma vez que sempre seguiu rigorosamente todos os protocolos exigidos pelos governos brasileiro e alemão.
O único ponto de divergência do criadouro com o ICMBio foi sobre a captura das ararinhas em vida livre, que apresentaram testes negativos. A empresa entrou com uma ação na Justiça e conseguiu uma liminar para a suspensão da captura.
Depois da manifestação do ICMBio, o juiz revogou a liminar e a notificação administrativa de captura foi cumprida no prazo de 20 dias pelo criadouro.
Por fim, confiamos que as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal resultarão no completo esclarecimento dos fatos e, posteriormente, a idoneidade da empresa será reconhecida pela Justiça.
Esperamos que, após as investigações, o projeto de criação, manejo e preservação da
espécie no Brasil, de tamanha relevância para o meio ambiente, possa continuar.
atualizado em 04/12/2025

