Vereadora Ireuda Silva critica ataques misóginos na política

Um estudo conduzido por pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) revelou que mulheres que atuam na política recebem o dobro de ataques pessoais em comparação aos homens, que costumam ser mais criticados pelo desempenho profissional. Ofensas relacionadas à aparência física, como “feia” e “gorda”, além de ataques machistas sobre a vida pessoal, são os principais xingamentos direcionados às mulheres, como comenta a vereadora Ireuda Silva (Republicanos).

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara de Salvador lamentou os dados da pesquisa e afirmou que a misoginia estrutural ainda é um dos maiores obstáculos para a plena participação feminina na política. “Esse estudo apenas comprova o que nós, mulheres públicas, vivemos diariamente. As tentativas de nos desqualificar não partem da análise do nosso trabalho, mas da busca por nos diminuir como pessoas. É a violência simbólica que tenta nos tirar do debate e nos silenciar. Isso é inaceitável”, destacou Ireuda.

Segundo a vereadora, é urgente que partidos, instituições e a sociedade civil atuem conjuntamente para criar mecanismos de proteção às mulheres na política e garantir que elas possam exercer seus mandatos com segurança e respeito. “Não basta criar cotas, é preciso criar ambientes saudáveis, seguros e respeitosos. Precisamos combater a violência política de gênero com políticas públicas, com punição aos agressores e com a ampliação da nossa presença nos espaços de poder”, afirmou.

A vereadora também chamou atenção para os dados do estudo que apontam maior vulnerabilidade entre mulheres negras, que sofrem uma violência interseccional ao serem alvo de racismo e machismo. “Se para as mulheres brancas já é difícil, para as mulheres negras o desafio é dobrado. Somos atacadas por sermos mulheres e por sermos negras. É uma luta diária por sobrevivência e por espaço. Mas seguiremos ocupando, resistindo e transformando”, reforçou.

Por fim, Ireuda ressaltou que é preciso naturalizar a presença feminina nos ambientes de decisão. “Nosso lugar é onde decidimos estar e a sociedade precisa entender que a política também é espaço de mulher. O que nos define é a nossa competência, nossa coragem e nosso compromisso com as pessoas”, concluiu.

Deixe um comentário

Notícias Relacionadas

Redes Sociais

Categorias

Precisa de ajuda?